Temporal poema porque chovem as manhãs

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Temporal poema porque chovem as manhãs.
Ainda perduras no fogo onde forjei o teu corpo
Talhei a jóia que te fez mulher aos meus olhos.

Esperei atrás do tempo, numa madrugada de intenções
Inventando formas suaves de abraçarmos a noite
Imaginando as feições deste sonho avermelhado

Assim, afastei os barcos, embrulhei os lagos
Desenhei de novo a paisagem que trazes no cabelo
E fiquei aqui, sentado, esperando o sol nascer

Mas neste alongar das horas, esqueci o traço
E pálida torna-se a tela onde te pintei desejo
Como aguarela sem cor, como uma boca sem beijo.

Talhei a jóia que te fez mulher aos meus olhos
Temporal poema porque chovem as manhãs
Sobre este fogo que ainda arde.

1 comentário:

Odete Ferreira disse...

Gostei do(s) blogue (s) e conteúdo. Vou tentar voltar! :)