Cai o conforto desta mágoa ao fim da tarde

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Cai o conforto desta mágoa ao fim da tarde.
Na meia-luz abre-se o tempo, onde a fogueira ainda arde
Consumindo em labaredas o futuro, o passado

E todos os meus desideratos

Como brasas incandescentes sopradas pelo vento
Queimando a vida lentamente
Os destinos
Os dilemas
Dúvidas
E certezas
Queimando o oxigénio que me falta.

Cai o sol entre retratos pelos dedos sombreados
Onde os medos que enfrento, apenas trazem solidão.
Abrem-se noites no meu peito, nos momentos recordados

Abrem-se vãos, enquanto caminho pelo chão.

Cai a vida lentamente ao fim da tarde
Como lenta sinto a queda do meu corpo neste ponto

Este silêncio absoluto em que me encontro.

2 comentários:

Bi eL disse...

Boa noite, Nuno Marques. Um dos seus poemas que mais me emocionou. Muito obrigada por reproduzir tão bem os sons dos meus silêncios.

Posso colocar no meu blog?

Deixo-lhe aqui os meus votos de Boas Festas de Natal e de um excelente 2012.

Luz

Nuno Silva Marques disse...

Boa noite Bi eL, obrigado pelas palavras.

Com certeza, fique à vontade para postar o poema no seu blog.

Um grande Natal e um melhor 2012.