A porta dois

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Vulcões de outra luz, magma atrasado no peito do querer
Abraça-me com a voz da tua voz, antes que ame outra cidade

Eu tenho as ardências da porta dois, um caso por resolver
Recursos a rasgarem pele para o tribunal da tua hora
Um caso pacífico de vida
Com resolução oceânica que se adivinha mais à frente
A porta dois, onde acontece algo maior 
Não posso afastar o vidro da janela, nem partir ao meio o tempo
Não posso trazer para dentro a rua
Fico por sair então

A porta dois onde me encontram sempre fora
E fico sem, em troca de cem, sem pensar que existe o que pensar
Encontro-me cá dentro, sempre na porta dois.
Vulcões de outra luz, magma atrasado no querer depois de olhar
Abraça-me com a voz do teu calor, antes que me imagine outra vez
Ainda tenho ardências na porta dois por resolver.

2 comentários:

Filipe Campos Melo disse...

A entrada para a tua poesia
um lugar repleto de encantadas surpresas
como este poema
como este verso

"Eu tenho as ardências da porta dois"


Sedutor

Abraço

Suzete Brainer disse...

Amigo Nuno,

Um poema enigmático e belíssimo

que emite a voz do coração,na

urgência de "resolução oceânica na

porta dois"...

Sabes, querido poeta,ler-te é um

momento único...

A tua poesia é magnífica e inunda

a minha alma...

Beijo.