Escrevo poemas no olhar das pessoas

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Escrevo poemas no olhar das pessoas.
Diz-me o copo que levas à boca
Que a força é mais uma dor por sentir

E o corpo quer-se assim anestesiado [omisso no tempo.

Segreda-me o cigarro que queima entre os dedos
Os dias são repetições anunciadas
Derrotas sobre derrotas, no peito acumuladas

E o futuro é um déjà vu por acontecer.

Mostram-me os olhos o cansaço impresso na alma
Páginas de vida ou uma resma de folhas em branco
Onde, são outros que ditam o que podes escrever
[o que deves viver.

Escrevo poemas no olhar das pessoas.
E querem-te o corpo assim anestesiado [omisso da luta
Porque o futuro é mais um déjà vu por acontecer.

1 comentário:

Bi eL disse...

Nesta melancolia, quase angústia, vejo o reflexo do meu olhar. Mas, num momento em que preciso de escrever vitória, na “página de vida” que me quer derrotar, todas “as dores por sentir” são a minha força, e “o cansaço impresso na alma” escreve o meu poema, na minha luta.

Gosto muito de o ler, como sabe.