Porta aberta. A vida é
um quarto sem janelas
As paredes cheias de fotos
de gente famosa
E de telas de pintores
consagrados
A porta aberta. Antecâmara
da solidão
Entrei a medo sem saber
ao que vinha
Sem saber quem era e o
que esperavam de mim
Ao acordar tudo brilha
como novo
E o mundo tem gosto de
primeira vez
O que aprendi do mundo
Foi com o que me puseram
à frente
Com a realidade exposta
nas telas e nas fotos que via
E que aceitei como
minha
Porque parecia mal
fazer perguntas
A vida é um quarto sem
janelas
É a solidão de ter dúvidas
sobre os enfeites nas paredes
Ter de aceitar fotos e telas
como realidade
E ainda assim, viver
num quarto com janelas.
1 comentário:
Oi Nuno!!
Primeiro. ontem a noite pensei que tu nunca
mais tinha postado (novo poema) e desejei
que tu fizesses.
Agora vejo esta nova postagem, que alegria!...rss
Tu sabes o quanto aprecio a tua poética!...
A tua janela tem o encanto do olhar do Poeta,
tem o sentir dorido da profundidade e a
lucidez de quem sabe: que a vida precisa
ser libertada, o voo singular da não
desistência de Ser!...
E seja sempre Poeta, estou do outro lado,
ávida para escutar o teu mundo de palavras
numa irmandade poética contigo...
Um abraço enorme de irmandade poética (assim,
sinto sempre contigo)!!
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