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Longe, como algo por dizer, quem sabe amanhã se ouça.
Pedestais partidos, a jornada de lendas entregues à ilusão
Ao objectivo de se projectarem perfeitas, e no entanto nuas
Ténues visões, elas podem recordar, imaginar, quase sentir
São vultos, imagens que desejam, como ninguém, o mundo
No sonho, presas à teia, só porque sabem reproduzir a noite
Multiplicar o dia, mas não sabem esquecer, sem receio.
…
Eu esqueci-me de tudo, relógios parados na minha voz
Não mais falarei de tempo
E quanta beleza há, apenas, num agora para sempre
Esqueci-me de tudo, mecânica universal descodificada
Não mais julgarei o mundo
E quanta verdade há, apenas, em ama-lo incondicionalmente
…
Perto, como algo por fazer, quem sabe amanhã aconteça.
Vultos, imagens que amam como ninguém, somente imagens
Na cela do medo, vivem o sonho e prolongam assim a ilusão.