A noite cai lenta e macia
Sobre a tapada
Cobrindo o brilho do dia
Assim, calada…
Calada
Seduz a curva da estrada
Que à frente fluía
Tão longa, tão fechada
Assim, morria…
Morria
Na acidental filantropia
De um pinheiro
Onde a vida se escondia
Assim, calada…
Calada
Não há vidros partidos
Nem lágrimas
Nem gritos sofridos
Na face de uma folha caída
Seca e morta à beira da estrada
Tão calada…
A noite caía lenta e macia
Sobre a tapada
Cobrindo o brilho do dia
Assim, calada…
E morria
E gritava
E chorava
Nos braços da madrugada.
Só isto importava
Mais nada…
Mais nada.
Costa Da Silva
4 comentários:
muito, muito bonito! foi um prazer lê-lo e guardá-lo cá dentro.
Na berma do verso
Cai
Calada
A noite
"Não há vidros partidos
Nem lágrimas
Nem gritos sofridos
Na face de uma folha caída
Seca e morta à beira da estrada"
Um poema que toca demoradamente
pela fluência (nostálgica)
pela harmonia fonética
(oposta à desarmonia existencial que subjaz ao poema)
pelo tom (suavemente agreste)
pelo retrato (em decomposição composto) traçado pelos versos
Memorável
Abraço
A noite que cai e arrasta
A noite que abraça
A dor muda,
Como se as lágrimas já não soubessem escorrer do rosto.
Gosto sempre da tua poesia e de te ler,
Beijo
Esse belíssimo poema,me deixou
"assim,calada..."
Repleta de emoção...
"Só isto importava
Mais nada...
Mais nada."
Poema imenso,amigo!!
Bj.
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