O pólen da nossa flor
Cai dos dedos
Enquanto o sol se deita
No precipício de nós
E morremos gelados
Entre tempos relógios
Que separam homens.
Vermelho sangue
Corta-se a carne.
Enche-se o copo
Bebe-se até ao fim.
Letras cansadas.
Arde âmbar incenso
No fogo da manhã
E hoje é o nosso ar
Espalhado nesta sala
Que servirá os mortos.
Fecha-se a carta
Quem escreveu, escreveu
Vira-se a página
E sente-se a vibração na pele.
Uma rosa entre palmas
A Amália canta baixinho
E ninguém dá por nada
Bis
Bis
Costa Da Silva
2 comentários:
Uma das recorrentes exuberâncias de teus versos, já o tenho dito, é a profundidade do que se diz e a forma como a mesma é dita
Esse traço sempre me seduz (talvez porque me identifico absolutamente nos versos), sempre me trás e me faz ficar, longamente, na tua poesia
"Letras cansadas.
Arde âmbar incenso
No fogo da manhã
E hoje é o nosso ar
Espalhado nesta sala
Que servirá os mortos."
Gosto muito de te ler
e de divagar em teus versos
Abraço
Percorrer pelo teu rico universo
poético,que tem vários estilos
(pseudônimos) e sempre na expressão
da excelência poética,que nos
emociona e nos encanta... E para
mim,a sensação de alegria ao
contactar com esse grande
poeta tão próximo.
Bjo.
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