Como poderia competir com as flores dos teus
pretendentes
Com os seus beijos
de veludo
E com os seus
versos açucarados.
Não tenho palavras
doces para te conquistar
Presentes para te
oferecer
Nem dinheiro para
te levar ao restaurante
Onde, durante um
jantar romântico
À luz trémula da
minha voz em chamas
Diria que te amo.
E isto é apenas a
ilusão da tua inocência
Presa a estes
versos que não vais ler
Porque no teu
coração mora uma primavera campestre
Sem estação nos
meus versos rudes e toscos
E os teus olhos não
estão habituados a tanto cinzento
À cor das minhas
construções citadinas
Que parecem
arruamentos complexos
Com bancos de pedra
que nascem voltados para jardins de cimento
Onde raramente te
sentas
Com medo de perder
a fantasia nos olhos.
Mas, se viesses
mais vezes
Irias aprender a
ler a minha paisagem
A simplicidade com
que transforma tudo em natureza
E sentirias essa
simplicidade como amplexo
E que ela existe
dentro de todos os homens
Camuflada por casas
cinzentas
Com antenas de
muitas cores a enfeitar os telhados
Que mais parecem
poemas de amor.
Se percorresses
mais vezes o meu pensamento
Irias aprender a
ler a paisagem
A descobrir os meus
versos toscos e rudes
E quando
levantasses o véu que encobre esta realidade
Encontrarias a
simplicidade de um sentimento:
[Amor]
2 comentários:
[Amor] é a riqueza maior de um ser humano, tudo o mais vem por acréscimo.
sente-se nos teus versos o tremer do coração, nada têm de toscos, muito menos de rudes.
é muito bela a tua poesia.
Este poema é rico (luminoso)
com a beleza mais simples e
essencial,o Amor que (en)canta...
Belíssimo,Poeta!!
Abraço grande na alma...
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