O mundo não existe amanhã.
Não me lembro de ser eu
Sempre fui realidade a viver fora do corpo.
Estudei uma pauta para ser sistema e decorei-me
Quando acabei o curso sabia menos que uma criança
Fui doutor da minha ilusão e do estudo dos outros
E olhava para tudo sem ver, a imaginar amanhãs
Dentro dos rostos que conhecia, eram-me todos estranhos.
Quis ser quem não era, igual a muitos
Quis ser alguem e o que esperavam de mim e copiei-me
Estava vestido de humano, tão perto que podia tocar-me
Estiquei um braço e empurrei-me contra o mundo
Deitei-me aborrecido a ver-me cair e adormeci
O outro da minha realidade, doutor formado dele mesmo
Perdeu-se no sonho entre rebanhos de gente...
Quando acordei, doeu-me a verdade nos ossos e fiquei em casa
Quis levantar-me da cama mas não consegui
Quando olhei prá rua pela janela do quarto
O mundo estava vazio
E eu estava só.
Nunca mais serei quem fui
Desmascarei o tempo e o espaço, a ilusão
E o mundo nasce hoje dentro de mim.
2 comentários:
Querido Nuno,
"Nunca mais serei quem fui
Desmascarei o tempo,e o espaço,
a ilusão
E o mundo nasce hoje dentro de
mim."
Simplesmente genial!!
Todos os dias o mundo nasce dentro
de mim e a beleza imensa da tua
poesia aquece a minha
alma poética...
Ps:Faz algum tempo que te enviei
mensagem por teu email,viste?
Bjo.
O mundo começou e desconheci-me
(porque o tempo desconhece-nos)
Mas novamente reconhecemo-nos
E o mundo (recomeça)…
Nunca somos o que fomos um dia.
Somos etapas de nós mesmos.
Sempre bom ler-te
Gostei muito
Beijo
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