Em Cantos da Alma

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De olhos fechados percorro todos os cantos da minha alma negra
Há quase um mês que não te vejo, que não te encontro a luz
É muito tempo sem sentir o teu sentir, sem ver pelos teus olhos

E perdido nesta ausência procuro-te nas antigas estradas
Onde caminhamos na senda de novos horizontes
Para fora dos ténues limites do nosso corpo

Guardo nos olhos o que me mostraste com a clareza dos teus
A beleza dos dias, depois, a tranquilidade das noites
E esta sucessão como único milagre da existência do tempo
E como ordem real da natureza e dos homens

Ensinaste-me que há um sonho transversal que não se destrói
A liberdade, é a simplicidade com que se compreende a vida
É a calma com que se aceita a morte
E que essa luz só se encontra e só se conquista de olhos fechados.

1 comentário:

Clarisse Silva disse...

Olá Nuno,

Tantas e tantas coisas se conquistam de olhos fechados. A alma ensina-nos o que de mais importante temos de aprender. É bom a mantermos junto a nós, pois sem ela por mais que os olhos se abram, não vêm nada do essencial.
(Acho que viajei um pouco)
Gostei muito do poema.
Saudações,
Clarisse Silva