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Cabem no meu corpo todos os rios do mundo
Trago-os nos sulcos da pele, como vida nas mãos
Com os que já morreram e com os que em mim ainda irão nascer
E tocando-lhes, percorro-os com os dedos
Seguindo novos caminhos, novos sentidos
Pois cada ruga da minha pele é água e terra
É corrente e paisagem da vida que vivi
Sinto-lhes o norte, o sul, e sei para onde vou
Assim será até ao dia que morrer, e se entretanto me olharem
Se de mim falarem, não digam que sou velho
Digam antes que sou um coleccionador de rios.
1 comentário:
Ainda bem que por aqui passei. Aprecio imenso a sua linguagem poética, as imagens que cria. E esta serenidade do fluir da vida, de quem nela somos, do que com ela fazemos, é um tema que sempre me atrai.
Que os seus rios continuem a ser certezas, em leitos de águas mansas a correr para sul, sem que lhes perca o norte.
Saudações.
B. L.
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