Dos teus brilhos, caminho
meu
Podia dizer, se o
sentisse
Que são jardins feitos
de sol
Ou ondas em verde manto
que o vento afaga
Podia perder-me, se
quisesse
Nas formas distantes do
tempo
E dar-me todo,
tempestade
Mas os teus brilhos,
olhos meus
São causas e efeitos, são calmaria
Por eles o tempo pára,
eu bem sabia
São a pedra onde me
sento
E turbilhão, sou tudo o
que me devo
É nos teus brilhos que
me perco
No simples olhar para uma
flor
E não desejo, sequer
procuro outro caminho
Deixo-me estar assim quieto
Até que a flor seja caminho
e seja brilho
Até que seja, por fim, beleza
E inteira, tome conta
da paisagem
E tome a paisagem, conta de mim.
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