De que vale escrever um
poema de amor
Compor um chorrilho de
enfeites
À mulher sensual, à
noite perfeita
Às lágrimas da lua ou
aos beijos de mel
Para cair na mesmice e
no erro
Quando o poema sequer é
sincero
Não com a mulher, não
com a noite
Não com as lágrimas e
nem com os beijos
Mas com a natureza do
amor
Que é sentimento
perfeito
Já o poema, não.
Haverá sempre outra
musa
Outra noite, outras
lágrimas, outros beijos compostos
Haverá sempre outro que
escreva os enfeites
E outros chorrilhos com
mais fingimento
Na falsidade das letras
com que escreve o poema
Pois é sentimento
imperfeito
Já o amor, não.
O amor, não é da musa
nem da noite
Sequer do poema
O amor é de todos, é
para todos
É sentimento perfeito
Já o do poeta, não
Logo, não o pode
escrever.
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