Nada. Dirá nada.
Eu que não faço mais senão viver o dia e o sol
E cumprimentar a natureza quando a vejo.
Que sou livre e honesto
Por não acreditar em nada senão em mim e na vida
- Que será sempre a minha causa.
Eu que só bebo água quando tenho sede
E nunca obrigo ninguém a ter sede e a beber água...
Nada, de mim a história
dirá absolutamente nada.
A história só diz e
regista os que acreditam para além deles Os que vivem, matam e morrem por outras causas que não a vida
Os escravos da glória.
Só diz dos que esquecem de viver o dia e o sol
E de cumprimentar a natureza
Dos que desperdiçam a vida por prendê-la a alguma crença
Quando o único propósito de qualquer crença
É roubar liberdade a quem nela acredita.
A história só diz e regista os que bebem água sem ter sede
E obrigam outros a ter sede e a beber água
E depois com muita glória
Dizem que matam sede a muita gente...
Mas de mim, nada
Dirá absolutamente
nada do meu passado Porque a história é um conto da soma de muitos dias
É social, oca, é superficial como revistas cor-de-rosa
E eu não lhe interesso
Eu não faço mais senão viver somente o dia
E cumprimentar todas as cores da natureza quando as vejo.
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