Às portas do templo abate-se a névoa

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Às portas do templo abate-se a névoa sobre todos os degraus
No receio de cair, de precipitar os passos no vazio silencioso da dor
Chamo-te, procuro-te pelos pátios desertos
Pelos becos mais escuros do meu pensamento

Estendo a mão mas não te encontro

Não estás, já não preenches a metade que te pertence por inteiro.
As portas do templo estão agora trancadas, selando o passado
A névoa, essa, continua a pairar sobre todos os versos que escrevo

Sem chão, sem horizonte, sem vento que me carregue.

3 comentários:

Filipe Campos Melo disse...

Precipitam-se os silêncios
Enquanto o verso se desfaz
repartindo-se entre partes
Sem horizonte


Belo

Sempre qualidade tua escrita

Abraço

Bi eL disse...

Olá, Nuno, boa noite. Posso fazer uma pergunta? Quando vai quebrar este silêncio e abrir, de novo, as portas do templo?

Uma boa semana para si. E um rápido regresso.

B. Luz

Maria João Mendes disse...

a névoa não me deixa chegar quebra
os passos
os versos que abatem.

gosto muito da tua poesia.

beijo