Às portas do templo abate-se a névoa

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Às portas do templo abate-se a névoa sobre todos os degraus
No receio de cair, de precipitar os passos no vazio silencioso da dor
Chamo-te, procuro-te pelos pátios desertos
Pelos becos mais escuros do meu pensamento

Estendo a mão mas não te encontro

Não estás, já não preenches a metade que te pertence por inteiro.
As portas do templo estão agora trancadas, selando o passado
A névoa, essa, continua a pairar sobre todos os versos que escrevo

Sem chão, sem horizonte, sem vento que me carregue.